sexta-feira, 12 de junho de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
Outono.
Amanhã tem aula, uma das partes ruins do frio é ter que acordar pela manhã, com os pés implorando meias e nosso corpo estremecido e arrepiado, tomar banho no inverno é cinco vezes mais árduo, colocando no máximo e deixando a pele ficar extremamente vermelha e próxima da carne. Esfregar as mãos e talvez observar as pessoas cansadas de não fazerem nada. Os pássaros já não cantam, não há tantas conversas atropeladas na sala, e não há tanta pressa como nos dias de verão. Sempre há café sendo preparado no bule, e planos para a noite. Frio trás a calma, frio trás o amor, frio... Frio trás as sensações mais extravagantes e extremas. O frio penetra.
sexta-feira, 27 de março de 2009
She.
E o pior de tudo, é que eu não a amava.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Ele
Eu sou to tipo comum, traços simples com cores primárias. Sem ornamentos e nada grandioso, rebuscado.
E ele estava cansado desses meus trejeitos minimalistas Acho que ele queria algo escultural, monumental, um verdadeiro labirinto. Mas eu nunca fui isso. Ele me desvendava fácil demais, com aqueles olhos, e aquelas mãos que já conhecem tudo. Meus gestos pobres e desajeitados não foram capazes de fazê-lo ficar. Eu já sabia que ele estava só de passagem por minha vida, ele era grande demais para caber no pequeno espaço da minha cama. E mesmo assim quando ele derrubou aquela edificação fraca de um relacionamento básico eu tornei-me vulnerável.
É... O fardo que estamos condenados a carregar e viver. Eu nasci para viver, e vivo para perder. Tudo aquilo que é tirado da minha miniatura existência, de alguma forma me eleva e me preenche. Ele se foi.
Seus pensamentos sempre foram um grande mistério para mim, mas naquela tarde ele se deixou compreender muito fácil. Ele se tornou transparente. No fundo eu não queria que a partida dele me desestabilizasse, por isso meus olhos se esvaziaram em silêncio. Eu me tornei a solidão.
sábado, 7 de março de 2009
Cristalinos.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Selado.
Ele tinha um olhar fixo, aonde ela não sabia. Ela estava acomodada carinhosamente dentro de seus braços, se esquentado do vento gélido daquela estação. Ela pegou um livro e soltou-se dele por um instante, abrindo-o e recomeçando da onde havia terminado. Ele se espreguiçou como um gato que acaba de acordar e apoiou a cabeça no colo dela, suspirando e fechando os olhos. Depois desse movimento dele, ela não conseguiu mais ler nem uma frase se quer, observava-o de canto, como ela o achava lindo, como amava cada curvinha minúscula da sua grande face, e como esse amor era promíscuo, ele percebeu, abriu os olhos e a encarou. O coração dela disparou. Ele a chamou pelo olhar, ele ainda estava deitado, ela abaixou-se um pouco, colando seus lábios num gesto de amor, as línguas cruzavam-se freneticamente, roçando-se, esquentando-se. Seus lábios inferiores encaixavam-se perfeitamente devido as posições dos corpos. E por um momento, sentiu-se uma pausa no tempo, um estralo, um silencio absoluto. Eram só eles ali, os dois em um corpo só. A sede deles só aumentava a cada segundo que o beijo arrancava de suas bocas. E nesse meio tempo, que não havia tempo, nesse momento em conjunto que havia só uma pessoa, um selo foi colado, um selo de amor eterno, eterno... Profundo e intenso por quanto ele durasse. O beijo parou, mas não na mente deles. Ela olhou para ele, ela deitou ao lado dele. Eles se olharam, conversando sem palavras, ela mexeu os lábios se preparando para uma palavra gemida abafada, num movimento rápido, ele tapou sua boca com o dedo, e disse pelos dois, aquilo que não precisava ser dito para ser entendido.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Br.
E sim, eu pensei em você. Não o dia todo, tentei me concentrar... Consegui, tenho novos colegas, não importa. Como eu já sei, esse papo colegial me enche as cargas. Sem falar o frufru, cheiro de material novo, cadernos impecáveis que vão se desgastando num ritmo absurdo comparado ao dia em que chegaram virgenzinhos na carteira pela primeira vez. Doce frufru delicado. As caras de tacho das pessoas novas são... Inspiradoras. Eu segurei minha caneta pela ponta, tentando controlar meu sistema nervoso que puncionava gritando para escrever "eu te amo... [ ]" na borda da página, mas eu não podia... Não podia... Fiz. Arranquei a primeira página do meu frufru não tão delicado, e fui jogar na cesta, brincando de basquete, nem acertei.
Voltei com um tijolo na consciência, tinha jogado uma prova de amor no lixo, não acredito, como pode? Mas a coragem de levantar as nádegas daquela cadeira de madeira que incrivelmente estava enferrujada (madeira enferrujada existe sim!) foi maior do que meu ego clamando para não deixar apodrecer um mimo tão lindo de amor.
Pois então transcrevo aqui, o que está escrito lá, não nas estrelas, não no destino. Mas provavelmente no lixão... Eu te amo! HAHAHA ♥
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Contando os dias.
Estou chegando perto dos dias de sono não obstante, onde se chochila três vezes mais. Três, um tripé. Eu sei que não me esperam dias felizes, mas felizmente dias vulneráveis. E todo aquele blá blá blá colegial. Tênis branco, camisetas engomadas, cabelos alisados e cílios perfeitos. Quanta falsa alegria inventada.
Absurdo o peso que eles impõe colocarem nas costas. Tampe-me os ouvidos e olhos, assim consigo sair imune desse multirão de gente fresca. Mais uns dias, e a casa irá cair.
Conceitos caretas e boas palavras fornificando. É tudo como uma casca. O peteleco no lugar certo, e explode.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Sem destinário.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Se contradizendo.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Dialogando com o espelho.
Vou escrever algo inédito, irei escrever minha vida. Não... Não vou escrever minha vida, este é um livro onde as palavras são colocadas sem cuidado, com pressa desajeitadas furando a fila do próximo capítulo. Vou escrever então meus amigos... Mas não posso escrevê-los eu os escolho tão bem no escuro! Ah, já sei... Vou escrever então minhas paixões. Poxa, que graça teria? Escolher o tipo certo, o tipo ideal? Teria graça abrir meus olhos certa que naquele dia não teria conturbações, não teria um caos, um trânsito em movimento constante e indeciso em meu coração? Pois então não quero narrar nada! Deixe-me ser esquecida, deixe-me ter uma vida sem rumo, deixe-me ter amigos aleatórios, deixe-me ter um coração em erupção. Assim eu vivo, é assim que eu respiro, esse ar matinal gastado da ressaca do dia anterior, pronto pro porre da próxima. Seguirei a luz oblíqua do sol sem saber em que chão estou pisando, pode ser de cacos de vidros ou de pétalas de rosa, não sei. Estou pronta... Estou aqui clamando apenas pelos sabores da vida.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Efeito colateral.
E nesses doces amargos desejos, eu me encontro em um jogo, sem vencedores, sem perdedores. Um jogo difícil e árduo de ser jogado. Um jogo que talvez eu não quisesse participar, mas eu não tinha como escolher. Era tarde.
Está parecendo uma perseguição, mas e se eu quiser ser encontrada? E se eu que estiver à procura de algo que eu nem tenho consciência que quero achar? Minhas dúvidas são constantes e irregulares. Aparecem novos medos, dúvidas temores a cada noite que eu passo sem sonhar. São horas e horas olhando para o nada pensando o que eu hei de fazer, ou melhor, eu não hei fazer nada, não tenho essas cartas na mão.
Só me resta sentar e esperar, enquanto um sentimento estranho e inovador me toma o corpo aos poucos... E agora?
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Sonho real.
Eu entrei na água, eu não sentia meus dedos direito, fazia cócegas, eu me deitei, e ela tapou meus ouvidos me deixando num silêncio perpétuo. Eu abri meus olhos olhando para o céu, e naquele momento eu consegui a acreditar que as nuvens eram mesmo feitas de algodão… E eu só conseguia pensar em uma pessoa: você. Eu andei tanto… Vi corais, vi diversas pequenas vidas que se escondiam do mundo num cenário mágico. Eu então me dediquei a uma procura. Encontrar a cocha perfeita, mas depois de muito tempo desisti, todas eram lindas, todas em si eram perfeitas, e estava procurando por algo que não existia… Uma procura por algo que eu jamais existiria, não existe perfeito. O perfeito está na maneira que você vê as coisas que estão pela sua volta. É assim que eu te vejo, uma perfeição imperfeita, um acerto errado, uma mistura certa de substancias erradas, você é tudo pra mim, você é do exato jeito que devia ser, eu amo tudo que há em você.
Mas sabe, não foi um sonho… Eu ainda estou aqui, estou olhando para o nada, que na verdade é tudo. E eu só consigo pensar em uma pessoa: você.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Ética.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
" Ah, será que ele vai indicar mesmo ela?"
"Não sei filho, tem mesmo é que esperar o paredão"
"Mas eles tavam tão amigos! Ele seria muito babaca"
"Mas é um jogo..."
Então, explodiu.
" AH QUER SABER? Nós vivemos num mundo anormal, sádico, doente, sanguinário, onde a regra é a falta de regras, um mundo tenebroso, onde o homem é cada vez mais o lobo do próprio homem. Um mundo de guerras de massacres, alicerçado no ódio na iniquidade e na violência. Acrescente nisto tudo a poluição atmoférica, poluição sonora, poluição moral, a degradação da cultura, falência dos serviços públicos, colapso do trânsito, a morte da urbanidade, da cordialidade, da soliedariedade humana... E existem pessoas que ainda conseguem estar preocupadas com o próximo capítulo do BBB".
"..."
"..."
domingo, 25 de janeiro de 2009
sábado, 24 de janeiro de 2009
Antigamente... A terra podia ser considerada deserta e vazia, mas aos poucos ela mesma se tornou capaz de escutar os próprios sons, como raios e trovões, o mar quebrando nos rochedos, e os vulcões lançando seus rios de lava com tremenda violência. Mas ninguém escutava absolutamente nada. Hoje porem, a terra tem nós, a platéia. Nós presenciamos diariamente, mensalmente, anualmente todos os concertos que a terra nos proporciona. Vênus e Marte não fazem isso, não tem sons e muito menos uma platéia. E toda essa harmonia magnífica sai os sons mais lindos que se difundem pelo espaço. O planeta toca sua própria música. O globo terrestre é um pião, um pião musical, girando sem parar, rodopiando em torno de uma estrela, um sol de fogo na Via Láctea.
As velhinhas embarcaram com suas malinhas cor-de-rosa, e meu pai se aproximava, eu abanei rapidamente e fui para casa para tentar “embarcar” no meu sono novamente.