terça-feira, 21 de abril de 2009

Outono.

Estou sob um céu de chumbo que anuncia tempestade. Um pequeno fio de vento gélido toca minhas maçãs do rosto que agora estão rosa. Finalmente uma estação propícia para tomar um bom gole de café, enquanto eu fico aqui pensando em qualquer coisa. Nada importa, meu amor foi todo incorporado neste momento intimo, neste pequeno momento que eu tenho para mim. Como eu amo o frio! Minhas meias sobem até o tornozelo, esta calça velha de algodão esquenta ao mesmo tempo que continua me deixando com frio, este moletom infantil... Estou um trapo, mas nunca fui um trapo tão macio!
Amanhã tem aula, uma das partes ruins do frio é ter que acordar pela manhã, com os pés implorando meias e nosso corpo estremecido e arrepiado, tomar banho no inverno é cinco vezes mais árduo, colocando no máximo e deixando a pele ficar extremamente vermelha e próxima da carne. Esfregar as mãos e talvez observar as pessoas cansadas de não fazerem nada. Os pássaros já não cantam, não há tantas conversas atropeladas na sala, e não há tanta pressa como nos dias de verão. Sempre há café sendo preparado no bule, e planos para a noite. Frio trás a calma, frio trás o amor, frio... Frio trás as sensações mais extravagantes e extremas. O frio penetra.

4 comentários:

  1. aah...o frio!
    Lindíssimo texto. beijoos :*

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  2. Kaue ou Hunter como preferir26 de setembro de 2009 às 13:45

    As vezes eu gostaria de pensar que você se lembra de mim, mas bem... Eu não estou ativo e não posso reclamar! Assim sendo, eu quero te deixar a parte de meus planos, já que eu estou tão nervoso com isso... Você jamais vai se lembrar de mim novamente... Ou independente do que aconteça, você pelo menos escrevera, nem que seja numa fula rasgada, que você já sentiu saudades de mim!

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  3. "O frio penetra" foi o apogeu, o auge, do texto. Gostei.
    Frio é o que há!

    Beijo

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