Ele tinha um olhar fixo, aonde ela não sabia. Ela estava acomodada carinhosamente dentro de seus braços, se esquentado do vento gélido daquela estação. Ela pegou um livro e soltou-se dele por um instante, abrindo-o e recomeçando da onde havia terminado. Ele se espreguiçou como um gato que acaba de acordar e apoiou a cabeça no colo dela, suspirando e fechando os olhos. Depois desse movimento dele, ela não conseguiu mais ler nem uma frase se quer, observava-o de canto, como ela o achava lindo, como amava cada curvinha minúscula da sua grande face, e como esse amor era promíscuo, ele percebeu, abriu os olhos e a encarou. O coração dela disparou. Ele a chamou pelo olhar, ele ainda estava deitado, ela abaixou-se um pouco, colando seus lábios num gesto de amor, as línguas cruzavam-se freneticamente, roçando-se, esquentando-se. Seus lábios inferiores encaixavam-se perfeitamente devido as posições dos corpos. E por um momento, sentiu-se uma pausa no tempo, um estralo, um silencio absoluto. Eram só eles ali, os dois em um corpo só. A sede deles só aumentava a cada segundo que o beijo arrancava de suas bocas. E nesse meio tempo, que não havia tempo, nesse momento em conjunto que havia só uma pessoa, um selo foi colado, um selo de amor eterno, eterno... Profundo e intenso por quanto ele durasse. O beijo parou, mas não na mente deles. Ela olhou para ele, ela deitou ao lado dele. Eles se olharam, conversando sem palavras, ela mexeu os lábios se preparando para uma palavra gemida abafada, num movimento rápido, ele tapou sua boca com o dedo, e disse pelos dois, aquilo que não precisava ser dito para ser entendido.
A perfeição da sua descrição me deixa pasmo. Não imagina o quanto este texto me toca. É muito mais do que perfeito.
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