sexta-feira, 13 de março de 2009

Ele


Eu sou to tipo comum, traços simples com cores primárias. Sem ornamentos e nada grandioso, rebuscado.
E ele estava cansado desses meus trejeitos minimalistas Acho que ele queria algo escultural, monumental, um verdadeiro labirinto. Mas eu nunca fui isso. Ele me desvendava fácil demais, com aqueles olhos, e aquelas mãos que já conhecem tudo. Meus gestos pobres e desajeitados não foram capazes de fazê-lo ficar. Eu já sabia que ele estava só de passagem por minha vida, ele era grande demais para caber no pequeno espaço da minha cama. E mesmo assim quando ele derrubou aquela edificação fraca de um relacionamento básico eu tornei-me vulnerável.
É... O fardo que estamos condenados a carregar e viver. Eu nasci para viver, e vivo para perder. Tudo aquilo que é tirado da minha miniatura existência, de alguma forma me eleva e me preenche. Ele se foi.
Seus pensamentos sempre foram um grande mistério para mim, mas naquela tarde ele se deixou compreender muito fácil. Ele se tornou transparente. No fundo eu não queria que a partida dele me desestabilizasse, por isso meus olhos se esvaziaram em silêncio. Eu me tornei a solidão.

4 comentários:

  1. Gostei do texto. Aprecio os outros. Ótimo!

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  2. Gostei muito do seu blog, de verdade. Esse post é lindíssimo, li-o várias vezes. Me identifiquei com a sua descrição da menina, que provavelmente seja você.

    /Mellanie (fdmsne)

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  3. Ele nunca a deixaria, pois o amor que ele sente por você. É muito mais do que imagina. Vai além de tudo.

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  4. "Eu nasci para viver, e vivo para perder." Nós estamos aqui para viver, apegar, conviver, e, por fim... Perder.

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