sábado, 24 de janeiro de 2009

Esta manhã, eu fui acordada pela minha mãe... Me chamando aos prantos pois estávamos atrasados para ir buscar meu pai no aeroporto. Eu me vesti rapidamente e fui com ela e meu irmão menor. Lá, ainda sonolenta... Ouvi uma conversa de duas velhinhas que falavam sobre algum concerto em que estavam contando os dias para assistir. Não sei qual era, mas isso me fez pensar longe... Eu pensei: “Ora está, mas que audácia! O mais concerto de todos, é o próprio concerto da vida! E este ninguém precisa contar os dias, pois está sendo visto a todo momento”.
Antigamente... A terra podia ser considerada deserta e vazia, mas aos poucos ela mesma se tornou capaz de escutar os próprios sons, como raios e trovões, o mar quebrando nos rochedos, e os vulcões lançando seus rios de lava com tremenda violência. Mas ninguém escutava absolutamente nada. Hoje porem, a terra tem nós, a platéia. Nós presenciamos diariamente, mensalmente, anualmente todos os concertos que a terra nos proporciona. Vênus e Marte não fazem isso, não tem sons e muito menos uma platéia. E toda essa harmonia magnífica sai os sons mais lindos que se difundem pelo espaço. O planeta toca sua própria música. O globo terrestre é um pião, um pião musical, girando sem parar, rodopiando em torno de uma estrela, um sol de fogo na Via Láctea.
As velhinhas embarcaram com suas malinhas cor-de-rosa, e meu pai se aproximava, eu abanei rapidamente e fui para casa para tentar “embarcar” no meu sono novamente.

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